Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter;
repugna-la-íamos, se a tivéssemos. O perfeito é desumano, porque o humano é
imperfeito.

Fernando Pessoa

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Tempestades

É... parece que às vezes nossa vida é meio cercada de pequenos e grandes sabotadores. Os grandes a gente vê de longe, se arma, se prepara e pá!, derruba. Os pequenos é que são chatos. Funcionam não como aquelas pedras nas quais às vezes damos topadas, mas como aqueles pequenos grãos de areia que entram no nosso calçado e se dedicam à incansável missão de machucar bem devagar.
Bom, toda essa bobagem da pseudo-auto-ajuda aí em cima é para dizer que, além do problema da ausência da minha ajudante, vou ter de operar um cisto de ovário, o que coloca por terra, temporariamente, tudo o que eu estava fazendo. Em outras palavras, se fossem folhas de papel, eu estaria fazendo aquela clássica bola e tentando acertar (e errando!) o cesto de lixo.
Maaas...
Mas... como sou uma guerreira que faz nííííííííííííí (aí, Pri!!!) , uma brasileira que não desiste nunca, uma professora da era pós-Covas (ou pós-covas, como queiram), enfim, um daqueles seres que transforma limão em limonada (com açúcar, pelamordeDeus) para poder viver, vou tentar manter o que é possível e sair desse pequeno período de recolhimento bem mais tranqüila, sem cisto e com disposição para refazer meus planos.
Minha cirurgia é no dia 6 de setembro e ainda não sei de quanto tempo vou precisar para voltar à ginástica. Pretendo ficar uns dias na casa da minha mãe (parte boa!) e tentar não voltar a engordar de novo.
É isso...

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Semana furada

Nesta semana, não fui à academia.
Não... não vou chorar, nem espernear e muito menos ficar me lamentando ou me penitenciando ou imaginando como vou compensar isso.
Foi uma quebra na rotina e na semana que vem tudo volta ao normal. Isso é só o que importa.
O caso é que "fui abandonada" pela minha empregada. Isso realmente deu uma complicada no meu esquema, porque eu tinha uma pessoa que limpava a casa e me ajudava com a comida. Portanto agora, além da faculdade, em fase de TCC, um emprego de manhã e outro à noite, fiquei com a "casa" - simpática palavrinha que significa limpar, lavar, cozinhar e manter as compras em ordem, sem carro todo dia.
Na prática, isso quer dizer que vou ter de estabelecer uma nova rotina, encaixar tudo de outra forma.
Vamos ver como fica isso...

O caminho continua...

Hoje me pesei de novo: 62 e 300.

Isso pra mim é uma maravilha! No meu "esquema", eu pretendia chegar à casa do meia dois em agosto, e aqui estou.
O mais importante é que nada está acontecendo brutalmente e isso é muito legal, porque dá tempo de fazer uma coisa muito interessante, que é pensar sobre o que ocorre. A sensação que tenho é que parece que consegui estabelecer uma espécie de diálogo com meu corpo. A coisa funciona mais ou menos assim: primeiro, procuro me informar. Isso é essencial. (Mais uma vez, fico aqui pensando como saí da escola sem saber tantas coisas essenciais...) Em seguida, analiso a relação das informações novas com a vida que tenho. Não pretendo fazer faculdade de medicina ou nutrição, apenas quero saber o básico sobre coisas essenciais que me fazem falta hoje. Aí então, coloco em prática.
E o que tenho observado é que a resposta vem - parece que meu corpo "gostou" da dedicação e resolve se manifestar de forma positiva.
Isso aconteceu, em especial, no quesito TPM.
Sempre fui vítima de uma TPM lascada, que já me colocou em situações constrangedoras no trabalho e no cotidiano. E o óbvio sempre acontecia: eu xingava Deus e o mundo por ter que me submeter a isso.
Recentemente, resolvi chegar a um acordo sobre o caso. Li algumas coisas sobre o assunto e o óbvio me surgiu: a questão de alimentação e comportamento estão na base da solução do problema.
Não precisa nem dizer: não sofri neste mês. Foi apenas mudar a forma de alimentação que me ajudou. É a tal história de estabelecer uma nova relação com antigos problemas. Isso tem dado um resultado muito bom!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Só rindo...

Hoje eu tive uma súbita inspiração e decidi fazer um poema em homenagem a todas as pessoas que decidem fazer ginástica e se sentem um pouco, como diríamos... descoordenadas. Aí vai a "obra":


Chego na academia
Naquela animação
Cabelinho com elástico
Garrafinha na mão
Subo correndo as escadas
E vou para o salão.

Aí começa o momento
Mais hilário do meu dia
A música é animada
Com agitação e correria
Só eu lá no fundo...
Indo por onde se vinha!

Correr pro lado errado
É só o aquecimento, porém,
Aguarde quem quiser
Pelo que ainda vem:
Pela porta quase escapo
Preciso que me salve alguém!

Os braços para cima
Marcando o compasso
As pernas de um lado,
ops, já mudaram o passo
E eu, mais do que perdida,
Quase dando laço!

Mas o auge da aula
Já se sabe a receita
É a hora em que a professora
Chama um lado de direita!
(Coisa de que meu cérebro
Nem sequer ainda suspeita!)

Eu chuto qualquer lado
Importa mais a "energia"
(Desde que não se acerte
A pobre da minha vizinha
Que já meio desconfiada
Quer mudar de academia)

O resultado, já se espera
é um desacerto só
Cara suada, cabelo desgrenhado
Um figura de dar dó
A cabeça, mais que o corpo
Já em forma de nó.

Mas, fazer o quê?
O dom da coordenação
Abençoou só algumas
E as outras, não
Ainda assim continuo
Não importa a confusão!

E apesar das trapalhadas
Eu ando é contente!
Aprontei todas na ginástica
Mas sou aluninha freqüente!
Já perdi alguns quilinhos
E vou continuar em frente!



kiakiakiakia
Que falta do que fazer!!!!!!

domingo, 3 de agosto de 2008

Passando para o nível 2

Minha meta é fazer mais uma aula por semana na academia. Vou tentar inserir um terceiro dia na minha rotina, que vai entrar nos eixos agora que as férias acabaram.
Na semana passada, coloquei mais um dia numa boa. Agora é manter - isso é que é difícil. Então, para essa semana, temos:

- menos café;
- mais uma aula de ginástica, somando três dias;
- linhaça, aí vou eu!

Próximo passo: qualidade na alimentação

A partir de agora, porém, começa a fase mais demorada, que vai ser construída a médio/longo prazo: a mudança de hábitos alimentares.

A adaptação de horário eu comemoro como um sucesso, mas ainda não posso dizer que minha alimentação é um exemplo.
De uns tempos para cá, andei corrigindo os exageros: almoço menos arroz e feijão, mais salada e verdura. Como em quantidade um pouco menor. Mas ainda assim, algumas coisas ruins fazem parte do meu cotidiano:

- sou viciada em café; não consigo ficar sem tomar várias xícaras por dia. Meu consumo é assim: pela manhã, uma xícara, junto com o leite, ainda em casa; na escola, mais umas 3 ou 4 xícaras; após o almoço, como um tipo de sobremesa, mais uma dose à tarde, também junto com o leite e à noite, na escola de novo, um xícara (o café de lá é horrível, ainda bem). Somando tudo: umas 6 ou 7 xícaras por dia. Dá pra encarar???

- beber líquido durante as refeições: esse hábito está de tal forma arraigado na minha vida, que não o percebo. Ultimamente, consegui pelo menos fazer um progresso nesse sentido: aboli o refrigerante. Suco de fruta entrou no lugar. Mas dá-lhe! Às vezes minha barriga fica com a comida "nadando".

- síndrome do bezerro desmamado: se eu ficar sem leite, choro! Acho que é o item de maior consumo aqui na minha casa. Sim, é excesso.

- aumentei meu consumo de álcool: amo vinho e sempre que posso, bebo um pouco. Não sou de tomar cerveja, mas andei arriscando um copo ou outro. Como só consumo álcool no final de semana ou em alguma comemoração especial, não estou tão preocupada com isso; mas também não posso "desandar". Nunca fui cervejeira - e quero permanecer assim. Já o vinho... hum, é bom, né?! Esse é que tem de permanecer nesse bom patamar de uma taça ou outra no final de semana.

- margarinas, pães, melecas em geral: dispensam comentários.

- produtos industrializados: não sou uma consumista de industrializados num grau perigoso, mas substituir é sempre bom. Pra ser sincera, gasto bastante na quitanda. Compro verduras, frutas e coisas do gênero com freqüência, embora às vezes eu perca um pouco aqui em casa pela falta de experiência culinária (esse é outro tema). Mas a coisa já foi pior: deixava estragar compras e compras na geladeira (agora isso é passado - e a história de evitar desperdícios é assunto para mais um blog). Enfim: reduzir industrializados e substituí-los por coisas melhores.

- comer na rua: esse é meu maior pecado. Amo comer na rua, restaurante é meu lazer! Não sou de balada, não sou de bebida - gosto mesmo é de comer bem em algum lugar legal, com um vinho daqueles pouco caros e muito bons! Ah... eu amo muito tudo isso!!! hehehehehe Como dou aulas à noite, onze horas é meu happy hour! Se tiver algum convite para uma picanha, eu vou!

- amo carne vermelha: não consigo ficar sem comer essa coisa deliciosa por muito tempo, mesmo que seja uma carninha moída, bem temperadinha, bem fritinha (não gosto de boi gritando), bem sequinha... hum!

- final de semana: esse é meu maior problema. Minha sogra cozinha hiperbem e minha querida mammy, nem se fala. Resultado: orgias alimentares à mesa familiar. Esse caso é sério. Minha mãe também adora comer fora.

- chocolate: adoro chocolate, mas a coisa é meio física; de vez em quando, tenho uma vontade absurda de comer chocolate. Não precisa ser muito, mas tenho de comer. Isso não tem acontecido com muita freqüência ultimamente (graças a Deus), mas uma hora posso ter uma recaída daquelas.

- incompetência culinária: comida é um negócio que vem sem manual de instrução. Não posso dizer que tive uma "educação culinária" (aprendi a fazer ovo e macarrão com Pomarola enquanto estava na faculdade - só "nasci sabendo" mesmo foi fazer café). Embora eu tenha evoluído muito nesse quesito, ainda há um longo caminho a percorrer. Sei fazer um almocinho gostoso, com arroz e feijão feitinhos na hora, um filezinho de frango bem fininho (detesto espesso), temperado com limão, sal e alho, com cheirinho verde pra dar uma carinha de coisa da minha mãe, um legume cozido e uma salada de várias coisas picadas (essa eu compro pronta, confesso). Tempero de salada para mim se resume a algumas gotinhas de limão, que eu corto na hora e coloco junto com o prato. Pro meu paladar, não precisa mais do que isso, sinceramente, nem sal. Como falei, evoluí bastante desde o macarrão com Pomarola, mas quero saber fazer coisas mais diferentes. Esse almoço que citei é gostosinho, mas é um cardápio que se repete com muita freqüência. Meu maior problema é variedade. Aprendi a fazer coisinhas gostosas, mas são poucas. Estou enjoada de comer bifão, carne moída e filé de frango.

- peixe? óleos bons? aquelas coisas que ninguém consome com freqüência, eu também não faço. Estou quase achando que anda mais fácil tirar coisas do que colocar. Vamos ver.

Bom, na verdade, não sou propriamente uma pessoa que só se alimenta de porcaria, mas algumas coisas têm de mudar.
Hoje, com o nível de acesso à informação que temos, é absolutamente impossível ser mulher e não consumir semente de linhaça, por exemplo. Morar a poucos quilômetros do litoral e não se habituar a consumir peixe. Ter um salário em que cabe uma boa compra, e não saber o que fazer com aquela comida que está no fundo da geladeira.
É por aí que vai meu pensamento. Tenho de colocar em prática as boas coisas às quais tenho acesso.

Lendo o que escrevi, primeiro vou tentar ajeitar duas coisas:

- tomar menos café (esse vai ser meu desafio maior!)
- inserir alguma coisa boa na minha alimentação (vai ser a linhaça, mesmo)

(Essas duas coisas também tem a ver com uma outra: TPM. Mas isso é assunto para outro post.)

Vamos começar devagar, como tenho feito. Se eu conseguir esses dois itens da imensa lista, já estou no caminho do sucesso.
Os demais itens vão cair no nível "atenção", ou seja, observar que eles existem na minha rotina. Isso é um bom passo para mudá-la. Foi assim que consegui algumas coisas. Observar que como isso ou aquilo e em que quantidade já ajuda muito. Vou por aí.

Também tem outro lado: existem boas coisas que faço e que vou colocar em relevo:
- amo verdura, de todo jeito. Não precisa enfeitar muito: o sabor da verdura é algo que meu paladar detecta de uma maneira bem legal.
- gosto de fruta: compro sempre e consumo regularmente, embora às vezes passe alguns dias sem. Isso precisa ser notado.
- não tenho restrições a sabores diferentes: pelo contrário.
- não consigo comer aquelas coisas de MacDonald, pipoca, coisas excessivamente gordurosas me enjoam, industrializados têm limite (não troco o suco natural pelo de caixinha, embora em sempre tenha um ou outro na geladeira - melhor o suco do que o refri), detesto aqueles salgadinhos de saquinho (urgh! como alguém come aquelas coisas?).
- não sou viciada em doces, balas, sorvetes; basta não ter em casa e eu não como (exceção ao suspiro, de que gosto mesmo);

Bom, vamos à luta.

Sobre objetivo e metas

Meu objetivo central, que também é meu amigo e tem me orientado em tudo o que faço, é mudar comportamentos que não são bons para meu corpo e, conseqüentemente, para minha vida. E quero que essa mudança se traduza na minha redução de peso.

Tenho uma meta: quero perder 6 quilos em 6 meses.

Mas só vale se esses quilos forem embora definitivamente, sem que eu tenha que fazer coisas radicais ou malucas, e que sejam conseqüência de mudança de hábitos que se inseriram definitivamente no meu cotidiano.

Não tenho uma data exata de quando comecei a refletir sobre tudo isso. Mas minhas decisões começaram a ser colocadas em prática mais ou menos em junho. Estamos no começo de agosto. De lá para cá, melhorei três coisas fundamentais: adaptei meus horários de alimentação à minha realidade, consegui inserir a atividade física, mesmo de forma ainda bem modesta, ao meu horário e aumentei substancialmente a quantidade de água que bebo. Tive como conseqüência o fato de que parei de engordar, numa primeira etapa, e já posso comemorar uma pequena perda de peso.

Eu andava com aproximadamente 64 quilos e 800 gramas. Minha última pesagem estava em 63 quilos e 100 gramas.

Parece pouco na balança, mas minha sensação de bem-estar é inigualável.
Antes sentia coisas como calcinhas "cortando" meu corpo. Hoje já não as sinto mais. E esse negócio de hidratar é coisa de louco: meu cabelo nunca esteve tão bonito, minhas unhas estão com cara de felicidade e minha pele está gostosa!
Sem falar que quando a gente consegue colocar uma coisa boa na vida e sente que aquilo veio para ficar, dá uma ótima sensação de sucesso. Isso, por si só, já faz bem. E mais: é contagioso. Estive conversando com uma pessoa e, de maneira natural, comentei tudo o que ando tentando fazer. Encontrei com ela dia desses e fiquei supercontente em saber que ela também já está fazendo algo semelhante, mas a partir da realidade que vive, sem loucuras, colocando um pouco de reflexão no que acontece.

Acho que o caminho é esse.

Agora, preciso mudar ainda muitas outras coisinhas. Espero que as coisas boas continuem chegando!



Beber bastante água é assim...

Quando ouvia na televisão que nosso corpo precisa de água, que devemos nos hidratar sempre, eu raciocinava o absurdo dessa situação.
Sim, é absurdo!
Somos seres humanos. E como qualquer outro ser vivo, dependemos de água para viver. Chegar a um ponto de civilização (chamemos assim) em que é necessário ficar fazendo um esforço enorme para lembrar que devemos tomar água só indica o óbvio: há algum problema nisso.

Mas enfim, eu não fugia à regra. Nunca fui de tomar muita água. Às vezes eu tinha um "acesso de sede" e bebia uns quatro copos de água de uma vez, quase me engasgando (vê se pode)!

Então, assim que resolvi mudar as coisas, decidi que água seria uma coisa essencial de inserir na minha vida.

Primeiro, passei a observa como eu ingeria ou não a água. Percebi que, na escola, eu sempre tomava. Entre uma aula e outra ou no intervalo eu sempre estava dando uns golinhos. O problema mesmo era em casa. Aí percebi que o que me levava a consumir mais água na escola do que em casa, além do motivo óbvio de sentir sede por falar bastante durante as explicações, era o fato de que os corredores da escola sempre têm bebedouros, por onde quer que se passe. Assim, uma paradinha aqui e ali sempre é bem-vinda e natural.


Pequeno detalhe, grande resultado

Não hesitei. Coloquei na minha casa uma garrafinha (daquelas tipo mamadeira) em lugares onde sempre estou. Se vou ficar algum tempo no micro, encho a garrafinha (hoje já foi mais de um litro) e deixo sobre a mesa. Antes de dormir, ela está na beira da cama. Se vou assistir à TV, ela está ao lado do sofá. Enfim, ganhei uma companheirinha e tanto!!!!
Ah... e não deu outra! Comecei a beber água o dia inteiro!
Nunca imaginei que uma coisa tão simples pudesse dar um resultado tão satisfatório...
Ultimamente, tenho colocado algum chá sem açúcar ou adoçante. Não experimentei suco de fruta porque acho que vai entupir o bico. Também, suco eu bebo bastante, sem problemas.
O próximo passo é carregar água também na escola. Os bebedouros são bons, mas tenho de sair da sala. A questão da higiene também conta. O mais importante é que estou bebendo líquido direto, indo ao banheiro com boa freqüência e nunca mais tive acesso de sede.

Ponto!

Ginástica - Como inserir esse hábito?

O passo seguinte era (re)começar a ginástica.

Recomeçar significa que antes já tinha tentado - e fracassado.

O esquema era mais ou menos o seguinte: começava o calor e as férias estavam próximas. Eu já estava de saco cheio de me sentir esquecida por mim mesma, naqueles finais de ano eternos, com provas, trabalhos, cobranças, etc. Pensava: "Nossa, estou largada, preciso fazer alguma coisa." - e corria fazer matrícula na ginástica.
Até aqui, tudo bem.
Começava empolgada, fazendo mil aulas, musculação e pensando naqueles regimes bestas.
É fácil imaginar que a coisa durava pouco. O verão ia embora e a animação também. Um pouco antes de o inverno chegar, eu já estava no mesmo esquema, pagando academia sem dar as caras e morrendo de remorso por gastar dinheiro à toa. Cancelava a matrícula e tudo entrava no mesmo esquema...

Mudando o essencial

Quando decidi começar essa mudança de hábito, não fui à academia primeiro.
Como disse antes, eu precisava fazer um esquema de horário de alimentação que fosse mais saudável e que me desse condições de ter mais ânimo, especialmente no período da tarde, que é meu horário livre.
A mudança de horário de alimentação me ajudou muito, porque passei a não ter aquele sono absurdo após o almoço. Comecei a sentir meu horário livre não como um horário-para-dormir-e-comer, mas um horário meu.
Aí então decidi voltar, mas de uma forma diferente.
Primeiro, isso não aconteceu num acesso de vontade de colocar um biquíni. Aliás, foi no final de junho, em pleno inverno, que senti a necessidade de voltar. A mudança começou pela cabeça.
Primeiro, a academia que freqüento é excelente. Chama-se BioSports (http://www.biosports.com.br/2006/) e adota o sistema BodySystem, o que significa aulas de primeira qualidade. O que, porém, realmente me faz ir e voltar sem mudar o endereço é que o pessoal de lá é muito competente. Sem aquela "chameguice" boba - são profissionais de primeira e ponto. Isso é um ponto decisivo, na minha opinião. Jamais me adaptaria a uma academia em que o mais importante fosse o exibicionismo ou que a cada estação tivesse um professor. Cheguei a procurar outros lugares, mas a BioSports acabou sendo a minha opção.
Fiz a matrícula, mas dessa vez, fui com outra cabeça.
Primeiro, a velha questão do horário. Não bastava querer ou sentir necessidade de fazer atividade física. Tinha que voltar definitivamente. Então não comecei fazendo apenas duas aulas: uma na segunda e outra na quinta. É lógico que isso parece pouco para o corpo, mas era necessário inserir o horário na minha vida. Para evitar o desânimo, escolhi duas aulas que adoro: de Jam (com o Geovane, um show) e de Balance.
Isso foi muito legal, porque eu comecei a não sentir nada como obrigação - embora, lógico, mantivesse o compromisso. Não dava para ficar uma semana sem fazer uma das aulinhas, né!
Pouco a pouco, consegui não sabotar esse horário. Mesmo no final do semestre, quando o fechamento de notas é mais exigente, eu consegui manter a ida à ginástica. Fiz outras aulas, experimentei algumas coisas diferentes, mas meu princípio não se modificou: as duas aulinhas estão inseridas no meu esquema. Já fazem parte do meu hábito.

Para não dizer que não houve flutuações, deixei de ir apenas uma semana, quando estive em férias e viajei com meus pais para a roça. Mas ninguém é de ferro. O importante é que voltei no mesmo esquema.

Boa notícia: um quilinho se foi.

Balanço:
Quando comecei, estava quase no 65.
A mudança do horário de alimentação me ajudou a parar de engordar. Fiquei no 64.
As aulinhas me ajudaram a emagrecer um pouco. Minha última pesagem está no 63.

Primeiros passos: olhando o próprio umbigo

Eu trabalho em horários malucos.
Como sou professora, minha rotina é mais ou menos assim:
- manhã: aula todos os dias, de segunda a sexta;
- tarde: em casa;
- noite: aula todos os dias, de segunda a sexta.
...e resumo da ópera era ("era" - essa eu já consegui!) o seguinte:-
- manhã: não comia nada quando saía de casa, tomava café preto com bolacha recheada até três vezes na escola e, no almoço, comia como um elefante;
- tarde: o que acontece quando se come como um elefante? Dorme-se como um bicho-preguiça. Isso mesmo - eu almoçava pra caramba e dormia a tarde toda;
- final da tarde: horário em que meu marido chega; um big café, com direito a vários copos de café-com-leite, vários pães, várias bolachas, várias melecas para passar nos pães e bolachas, e bolo comprado em padaria, com um monte de açúcar em cima.- noite: ia à escola e... tchan! café preto a noite toda, sem nada que pesasse no estômago e, quando eu chegava, jantaaaaava os restos do almoço! Isso após as 23h.
Ginástica? Nem pensar.
Hehe. Lembra quando eu falei que sabia o que estava fazendo de errado...? Pois é.
Portanto, medida número 1 era óbvia: acabar com a farra. Se não dá para mudar o horário de trabalho, dá para mudar o horário de comida. Precisava, para não perder de vista o objetivo, ser uma mudança que fosse factível, adaptável à minha realidade de horário de professora, e que pudesse ser mantida.
Assim, o que combati mais seriamente foi o big café.E deu certo! A mira foi precisa!Fiz uma substituição: ao invés de tomar big café, eu comecei a jantar, de uma vez.
A conseqüência é que eu não chegava morrendo de fome às onze da noite em casa. Passei a tomar um leite ou chá com bolacha (eu não tinha fome para mais, amém!) ou um granola, banana com aveia, coisas assim.O resto foi uma ótima conseqüência: como não me entupo de comida antes de dormir, acordo com fominha e não consigo mais ir à escola de manhã sem comer nada. Um café-com-leite e um pão resolvem. Aí, lógico, não fico tomando mil copinhos de café com bolacha. Como alguma coisa no intervalo, às dez da manhã, e no almoço como que nem gente - um prato legal, mas sem exagero. Um prato (numeral e não artigo).Aí, lá pelas 3 e meia, 4 horas, tomo um café-com-leite bem rasinho para não atrapalhar a janta, que vai ser entre 6 e meia e 7 horas.Só com isso, eu já parei de engordar. Minha última pesagem estava encostando no 65 e voltou ao 64.
Isso tudo eu fiz no mês de junho.

Mudança de hábito

Minha situação inicial: 64 quilos e 1,64.
Não posso dizer que meu peso é um problema sério. Sou aquela típica mulher de 35 anos que engordou um pouquinho, depois mais um poquinho, e depois mais um pouquinho.
Aí é que reside o problema.
Esses "quilinhos" a mais, se não constituem hoje propriamente um exceeeeeesso de peso, um caso de obesidade, apontam para uma tendência que vem acontecendo no meu corpo: estou gradativamente aumentando o peso conforme minha idade aumenta.
Só para ter uma base, quando eu saí da faculdade, em 1994, tinha 46 quilos.
Tudo bem que eu era meio esquelética e jamais quero ficar assim de novo, mas vamos fazer umas contas: são 14 anos... e 18 quilos a mais! Se eu continuar assim, entrarei na faixa dos 40 anos perto de 70 quilos, caramba!
Então, antes que as coisas fiquem ruins, quero começar a mudar essa tendência.
Algumas idéias estão muito claras para mim:
1) Encaro o aumento de peso como uma conseqüência de maus hábitos que adquiri. Assim, quero emagrecer pela aparência, obviamente, mas também para me sentir melhor (o problema maior é que estou me sentindo mal com meu comportamento). Estou pensando bastante nos meus 50/60 no modo como jamais pensei nos 30 tempos atrás.
2) Meu objetivo é chegar aos 58 quilos. Por que esse peso e não os 54 , que me deixam com um corpo bem mais legal? Porque com 54 as pessoas diriam "Como você está magra!" e eu quero ouvir "Como você está bem!".
3) Não tenho pressa. O importante é que meu objetivo, o de mudar hábitos, esteja bem firme e consolidado. Se engordar foi uma conseqüência, emagrecer também vai pelo mesmo caminho. Assim, embora eu tenha uma meta clara de tempo, isso não é o fundamental. Eu poderia perder esses seis quilos em dois meses ou talvez menos, só que eu teria de fazer um regime absurdo, que eu não conseguiria manter. Falo porque já fiz. Não dá certo e não vou errar de novo. Sem neura.
4) É natural que eu devesse procurar um nutricionista. Não fiz por causa da questão de grana e também por um motivo muito evidente: eu sei muito bem o que estou fazendo de errado! Além do mais, as informações essenciais estão disponíveis em livros, revistas e na própria internet. Vou tentar, antes de recorrer ao especialista, colocar em prática aquelas coisas óbvias que sempre ouvimos. Mas se eu perceber que a ajuda está sendo necessária, não vou hesitar em correr atrás. Estou falando de minha saúde.