Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter;
repugna-la-íamos, se a tivéssemos. O perfeito é desumano, porque o humano é
imperfeito.

Fernando Pessoa

domingo, 3 de agosto de 2008

Próximo passo: qualidade na alimentação

A partir de agora, porém, começa a fase mais demorada, que vai ser construída a médio/longo prazo: a mudança de hábitos alimentares.

A adaptação de horário eu comemoro como um sucesso, mas ainda não posso dizer que minha alimentação é um exemplo.
De uns tempos para cá, andei corrigindo os exageros: almoço menos arroz e feijão, mais salada e verdura. Como em quantidade um pouco menor. Mas ainda assim, algumas coisas ruins fazem parte do meu cotidiano:

- sou viciada em café; não consigo ficar sem tomar várias xícaras por dia. Meu consumo é assim: pela manhã, uma xícara, junto com o leite, ainda em casa; na escola, mais umas 3 ou 4 xícaras; após o almoço, como um tipo de sobremesa, mais uma dose à tarde, também junto com o leite e à noite, na escola de novo, um xícara (o café de lá é horrível, ainda bem). Somando tudo: umas 6 ou 7 xícaras por dia. Dá pra encarar???

- beber líquido durante as refeições: esse hábito está de tal forma arraigado na minha vida, que não o percebo. Ultimamente, consegui pelo menos fazer um progresso nesse sentido: aboli o refrigerante. Suco de fruta entrou no lugar. Mas dá-lhe! Às vezes minha barriga fica com a comida "nadando".

- síndrome do bezerro desmamado: se eu ficar sem leite, choro! Acho que é o item de maior consumo aqui na minha casa. Sim, é excesso.

- aumentei meu consumo de álcool: amo vinho e sempre que posso, bebo um pouco. Não sou de tomar cerveja, mas andei arriscando um copo ou outro. Como só consumo álcool no final de semana ou em alguma comemoração especial, não estou tão preocupada com isso; mas também não posso "desandar". Nunca fui cervejeira - e quero permanecer assim. Já o vinho... hum, é bom, né?! Esse é que tem de permanecer nesse bom patamar de uma taça ou outra no final de semana.

- margarinas, pães, melecas em geral: dispensam comentários.

- produtos industrializados: não sou uma consumista de industrializados num grau perigoso, mas substituir é sempre bom. Pra ser sincera, gasto bastante na quitanda. Compro verduras, frutas e coisas do gênero com freqüência, embora às vezes eu perca um pouco aqui em casa pela falta de experiência culinária (esse é outro tema). Mas a coisa já foi pior: deixava estragar compras e compras na geladeira (agora isso é passado - e a história de evitar desperdícios é assunto para mais um blog). Enfim: reduzir industrializados e substituí-los por coisas melhores.

- comer na rua: esse é meu maior pecado. Amo comer na rua, restaurante é meu lazer! Não sou de balada, não sou de bebida - gosto mesmo é de comer bem em algum lugar legal, com um vinho daqueles pouco caros e muito bons! Ah... eu amo muito tudo isso!!! hehehehehe Como dou aulas à noite, onze horas é meu happy hour! Se tiver algum convite para uma picanha, eu vou!

- amo carne vermelha: não consigo ficar sem comer essa coisa deliciosa por muito tempo, mesmo que seja uma carninha moída, bem temperadinha, bem fritinha (não gosto de boi gritando), bem sequinha... hum!

- final de semana: esse é meu maior problema. Minha sogra cozinha hiperbem e minha querida mammy, nem se fala. Resultado: orgias alimentares à mesa familiar. Esse caso é sério. Minha mãe também adora comer fora.

- chocolate: adoro chocolate, mas a coisa é meio física; de vez em quando, tenho uma vontade absurda de comer chocolate. Não precisa ser muito, mas tenho de comer. Isso não tem acontecido com muita freqüência ultimamente (graças a Deus), mas uma hora posso ter uma recaída daquelas.

- incompetência culinária: comida é um negócio que vem sem manual de instrução. Não posso dizer que tive uma "educação culinária" (aprendi a fazer ovo e macarrão com Pomarola enquanto estava na faculdade - só "nasci sabendo" mesmo foi fazer café). Embora eu tenha evoluído muito nesse quesito, ainda há um longo caminho a percorrer. Sei fazer um almocinho gostoso, com arroz e feijão feitinhos na hora, um filezinho de frango bem fininho (detesto espesso), temperado com limão, sal e alho, com cheirinho verde pra dar uma carinha de coisa da minha mãe, um legume cozido e uma salada de várias coisas picadas (essa eu compro pronta, confesso). Tempero de salada para mim se resume a algumas gotinhas de limão, que eu corto na hora e coloco junto com o prato. Pro meu paladar, não precisa mais do que isso, sinceramente, nem sal. Como falei, evoluí bastante desde o macarrão com Pomarola, mas quero saber fazer coisas mais diferentes. Esse almoço que citei é gostosinho, mas é um cardápio que se repete com muita freqüência. Meu maior problema é variedade. Aprendi a fazer coisinhas gostosas, mas são poucas. Estou enjoada de comer bifão, carne moída e filé de frango.

- peixe? óleos bons? aquelas coisas que ninguém consome com freqüência, eu também não faço. Estou quase achando que anda mais fácil tirar coisas do que colocar. Vamos ver.

Bom, na verdade, não sou propriamente uma pessoa que só se alimenta de porcaria, mas algumas coisas têm de mudar.
Hoje, com o nível de acesso à informação que temos, é absolutamente impossível ser mulher e não consumir semente de linhaça, por exemplo. Morar a poucos quilômetros do litoral e não se habituar a consumir peixe. Ter um salário em que cabe uma boa compra, e não saber o que fazer com aquela comida que está no fundo da geladeira.
É por aí que vai meu pensamento. Tenho de colocar em prática as boas coisas às quais tenho acesso.

Lendo o que escrevi, primeiro vou tentar ajeitar duas coisas:

- tomar menos café (esse vai ser meu desafio maior!)
- inserir alguma coisa boa na minha alimentação (vai ser a linhaça, mesmo)

(Essas duas coisas também tem a ver com uma outra: TPM. Mas isso é assunto para outro post.)

Vamos começar devagar, como tenho feito. Se eu conseguir esses dois itens da imensa lista, já estou no caminho do sucesso.
Os demais itens vão cair no nível "atenção", ou seja, observar que eles existem na minha rotina. Isso é um bom passo para mudá-la. Foi assim que consegui algumas coisas. Observar que como isso ou aquilo e em que quantidade já ajuda muito. Vou por aí.

Também tem outro lado: existem boas coisas que faço e que vou colocar em relevo:
- amo verdura, de todo jeito. Não precisa enfeitar muito: o sabor da verdura é algo que meu paladar detecta de uma maneira bem legal.
- gosto de fruta: compro sempre e consumo regularmente, embora às vezes passe alguns dias sem. Isso precisa ser notado.
- não tenho restrições a sabores diferentes: pelo contrário.
- não consigo comer aquelas coisas de MacDonald, pipoca, coisas excessivamente gordurosas me enjoam, industrializados têm limite (não troco o suco natural pelo de caixinha, embora em sempre tenha um ou outro na geladeira - melhor o suco do que o refri), detesto aqueles salgadinhos de saquinho (urgh! como alguém come aquelas coisas?).
- não sou viciada em doces, balas, sorvetes; basta não ter em casa e eu não como (exceção ao suspiro, de que gosto mesmo);

Bom, vamos à luta.

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